segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Cervejas norte-americanas

  As cervejas mais famosas.


Algumas cervejas artesanais 


Os EUA sempre foram uma nação consumidora de grandes quantidades de cerveja. O diário de William Bradford regista que o Mayflower foi obrigado a fundear em Plymouth Rock em condições difíceis: "Não podíamos perder mais tempo a procurar… os nossos víveres estavam já quase esgotados, principalmente a cerveja".

As tradições de cervejaria trazidas da Inglaterra e Holanda (tal como foram trazidas para Nova Iorque) asseguraram que as colónias fossem dominadas por bebedores de cerveja e não de vinho. Até meados do século XIX, a cerveja ale dominou a produção norte-americana. A situação mudou quando os estilos de lager, trazidos pelos imigrantes Alemães, demonstraram ser mais rentáveis no que diz respeito à sua produção e distribuição. Nomes como Miller, Pabst e Schlitz começaram a ganhar fama devido às fábricas de cerveja fundadas ou adquiridas por estas famílias - outros se seguiram. Os imigrantes Checos deram também o seu contributo para a história da cerveja dos Estados Unidos.

A cerveja lager produzida por estas companhias não era a mesma cerveja suave e de baixo teor alcoólico que se associa actualmente às modernas unidades produtoras de cerveja dos Estados Unidos. A pilsner americana era uma cerveja particularmente forte, tanto em teor alcoólico como no sabor, de forma a corresponder ao gosto tanto dos imigrantes da Europa Central, quanto dos que já viviam nos Estados Unidos.

Tudo terminou com a proibição. Apenas um pequeno número de fábricas de cerveja se manteve no negócio - produzindo quase cervejas, xarope de malte ou outras bebidas não alcoólicas produzidas a partir de cereais. A produção e transporte de álcool ficou largamente confinados a operações ilegais, nas quais os licores mais alcoólicos - rum contrabandeado ou aguardentes caseiras - se tornavam mais adequados e menos volumosos para transporte clandestino.

Cerca de cinquenta anos depois do fim da proibição, o mercado de cerveja dos Estados Unidos passou a ser dominada por grandes produtoras de cerveja, mais conhecidas pela sua uniformidade que por algum sabor em particular. Cervejas como a produzida pela Anheuser-Busch ou pela Coors seguem um estilo de pilsner muito restrito, com produção industrial em larga escala e com o uso de matérias primas de baixo-custo (como o arroz e o milho). O domínio da chamada "macrobrew" levou ao estereótipo internacional relativo à "cerveja americana", como sendo pobre em qualidade e sabor. Uma piada canadiana muito divulgada diz que a cerveja americana é como fazer amor numa canoa: "extremamente perto (ou melhor: "fucking close", no original) da água".

Contudo, desde o ressurgimento da produção comercial da indústria cervejeira na década de 1980, os Estados Unidos apresentam uma boa quantidade de tipos de cerveja, que se podem encontrar em mais de 1500 brewpubs, microcervejarias, e cervejeiras regionais como a Anchor (San Francisco) e a Samuel Adams (Boston). Em grande parte da Pensilvânia oriental, incluindo Filadélfia, o termo "lager" é sinónimo da Yuengling Traditional Lager, uma cerveja com um sabor forte de uma cervejeira regional de Pottsville, fundada em 1829, o que a torna mais antiga cervejeira em funcionamento contínuo na América. Ainda que em volume de produção, as microcervejarias ainda dominem, os pequenos produtores são responsáveis ainda por uma grande variedade de estilos, devido a diferentes qualidades de lúpulo, entre outros ingredientes, bem como por influência de diferentes tradições de origem europeia.

O sucesso da produção comercial a grande escala de algumas fábricas permitiu que algumas fizessem também investimentos em pequenas fábricas, como a Widmer, de forma a desenvolver cervejas mais complexas com um estilo próprio.

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